quarta-feira, 12 de março de 2008

NORMAN LANCE

QUEM É NORMAN LANCE

Norman Lance é especialista em publicação independente e participa do Projeto de Resgate da Literatura de Cordel e do TOTEM, Sistema de Publicação Independente. É autor de 3 livros: “Contos”, que assina como Leon Carmine; “Enleio o Vagar”, que assina como Aliors; e “Conexões”; além de artigos, poesias e contos publicados no Brasil, Reino Unido e Sri Lanka. Em 2006 criou a primeira biblioteca digital da Cultura e Arte do Sri Lanka. Atualmente oferece os cursos: "Escrita Criativa"; "Publique o seu Livro Independente"; "Criatividade e Técnicas na Poesia".


PUBLICAÇÕES

* Contos, 2003, Publicação Independente.
* Enleio o Vagar, 2004, e-book
* Conexões, 2007, Publicação Independente.


CONTATOS: conexoesbr@yahoo.com.br


CONHEÇA O TRABALHO DO AUTOR


“Meu nome é Rubens Vigodi, tenho 53 anos e no ano de 2000, quando todo mundo se preparava para entrar numa nova era, minha vida mudou para sempre. Vivo pelas ruas desde que me lembro, me arranjando como posso. Tinha orgulho disso, era um sobrevivente, me adaptava ao meu redor e levava um dia após o outro. Claro, roubei algumas vezes, mas nunca fiz mal a ninguém, sempre que podia levava a vida do meu jeito, e eu era bom nisso. Tão bom que enganei um desses doutores que penduram diplomas na parede. Só depois vi que isso foi ruim pra mim e até hoje me faz sofrer. Como é que um doutor que estuda a vida inteira é passado para trás por alguém que largou a escola com 13 anos? Isso aconteceu, e deve acontecer todo dia porque esses doutores vivem no mundo do faz-de-conta dos livros deles.
“As pessoas me chamavam de charlatão, só que mesmo sabendo que era, eles me procuravam, e eu enganava e pegava o dinheiro deles. Eu era um ilusionista, sabia vários truques, às vezes falava que era um guru, um mestre espiritual, fazia profecias e mostrava certos “poderes”. Só dizia o que as pessoas queriam ouvir, às vezes acertava, por sorte. Um dia veio essa doutora. Sabia que se ela acreditasse em mim poderia me fazer famoso da noite para o dia. No começo ela não caiu, mas eu a envolvi, envolvi, e pum! Ela ficou em dúvida, e duvidar é perder. Se você deixa a dúvida surgir não tem como fugir da queda. Quando vi os olhos dela indecisos, sabia que estava garantido. Pouco depois ela me chamou para fazer alguns testes. Fiquei nervoso mas achei que poderia me dar bem. Nos primeiros dias foi bom, tinha comida à vontade, dormi num lugar tipo hospital, cheio de conforto. Só que as coisas foram ficando difíceis, eles faziam exames com baralhos, desenhos, computadores, cálculos, eletricidade... pediam que eu adivinhasse o que outras pessoas pensavam, ver o que estava num quarto em outro prédio... claro que não deu certo, e acabei confessando que era um charlatão e ri na cara deles. Mas a doutora parecia enfeitiçada e disse que o problema era dos testes, eles que não deixavam os meus poderes fluírem. Ela disse que minha mente estava pronta para aceitar um mundo onde o que parece impossível acontece, disse que eu vivi anos e anos nesse mundo, mesmo que fosse uma mentira, de alguma forma eu estava pronto para aceitar uma nova realidade. Eu só precisava de uma operação para abrir os canais fechados da minha mente. E me levaram para a mesa de operações. Quando acordei ouvia um zumbido. Achei que ia parar, mas não, ficava no fundo da minha cabeça o dia inteiro, sem parar. Depois de uma semana eu estava ficando louco com aquilo. E tinha que fazer mais testes, outros, e as coisas só pioravam. Eu sentia aranhas subindo pela minha perna, o lençol da cama virava cobra e me enrolava no meio da noite, uma vez me sufocou tanto que quase morri. Quando alguém encostava em mim os dedos viravam esponjas tão nojentas que me faziam vomitar. E tudo se quebrava ao meu redor. Percebi que o ar era duro também, sempre se rachava quando olhava muito para ele. Quando tentava olhar para o céu nunca estava lá, olhava para cima e ele parecia estar sempre atrás da minha cabeça, e eu virava, virava e nunca conseguia ver o céu, que fugia de mim.Depois comecei a fazer coisas sem saber, o mundo girava tão rápido que tudo parecia acelerado. Nem sei por que estou aqui nesta cadeia, sei quem sou, lembro de muitas coisas, mas só às vezes. Lembro daquela doutora com mãos de esponja, se eu tiver um feitiço guardado vou virar na cabeça dela. Vou fazer um vodu, pegar um fantoche de carne e abrir a cabeça dela, depois pego uma poção feita do sangue dela e derramo pelo meu ouvido e curo minha cabeça. Aí, tudo será normal de novo.”




O AUTOR NA INTERNET

- Ponto de venda do livro “Contos”:


www.asabeca.com.br

- E-book “Enleio o Vagar”:
www.casadacultura.org

- Sistema de publicação independente:
www.ototem.com

- Blog do livro “Conexões”:
www.conexoes-lance.blogspot.com

- Blog do autor:
www.blogdasemana.blogspot.com

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